O cavalo, figura mítica das lendas populares portuguesas, Diane Guirard de Camproger

[Revisto por Ana Rita]

O cavalo é um elemento-chave que encena situações universais (de combate, de rivalidade, de confrontação à morte) e emoções antropológicas arcaicas (pavor, desejo, pena). Cada mito equestre que aqui vai ser analisado pode ser, em si, o objeto duma tese própria[1]. O propósito deste artigo consiste em apresentar uma síntese da reapropriação das figuras equestres, presentes na mitologia grega, na cultura popular portuguesa. Este trabalho pretende analisar a forma como a presença da figura do cavalo está explorada nas lendas de tradição oral em Portugal.

A presença do cavalo na Península Ibérica está comprovada desde 3500 a.C., segundo numerosas pinturas rupestres (Escoural, no Alentejo, ou em Vila Nova de Foz Côa, na Beira Alta). O cavalo simboliza a conquista, tanto do espaço geográfico como do tempo. Na história, cavalos e cavaleiros célebres ilustraram-se como chefes de guerra, políticos, e até mesmo santos! Assim, tanto no mito como na história, o cavalo pode ser um símbolo positivo – pela ajuda que deu na Reconquista Cristã ou pelo poder que oferece – ou negativo – sendo  ele quem transporta o inimigo e a morte. Este artigo pretende, assim, analisar como os mitos equestres antigos foram reciclados para criar narrativas e lendas próprias do povo português e da sua cultura, elaborando, através da figura do cavalo, uma relação entre a vida e a morte, muitas vezes, simbolizada por quedas, fatais ou miraculosas.

Do Pégaso aos cavalos do vento do Tejo

Não é por acaso que a representação mais conhecida do cavalo é o Pégaso. Tanto livre do espaço (pode voar) como do tempo (sendo imortal), ele é um dos cavalos divinos, permitindo ao ser humano libertar-se da sua condição.

O Pégaso nasceu, segundo Hesíodo, como fruto dos amores da górgona, Medusa, e do deus do mar, Poseidon. Ele aparece na morte da mãe, decapitada pelo herói Perseu. O seu nome vem da palavra grega pêgê, significando «a fonte», que fez nascer dum coice do seu casco uma fonte chamada Hipocrene (onde encontramos também o prefixo grego “Hipo”: cavalo). O Pégaso representa, então, desde o seu nascimento, o cavalo original, tendo dado origem a todos os outros.

O cavalo mítico é livre, indomável e todo-poderoso, o que explica a supremacia que ele tem sobre o ser humano, mortal, lento e ancorado à terra. É por isso que ele tem o seu lugar ao lado das outras divindades. Poseidon, também chamadoιππιὀς, derivado do grego ιππὀς, é o deus do cavalo antes de ser o deus do mar. Poseidon metamorfoseou-se inúmeras vezes em cavalo para seduzir outras deusas ou humanas. Ele é também puxado, como Apolo, por cavalos indomáveis. Segundo a mitologia, Fáeton, filho do sol, morre ao tentar dominar os cavalos de Apolo. É também duma queda de cavalo que morre Belerofonte, o cavaleiro do Pégaso, tentando chegar ao Olimpo no cavalo alado que ele pensava ter dominado (como se ele fosse um igual aos deuses)[2].

Encontram-se mitos equestres similares na matéria indo-iraniana, com figuras que representam tanto o sol como a lua: os Gandharvas, criaturas metade cavalo, metade pássaro, puxando a carruagem do homem-deus Kubera[3]. A designação «cavalo-sol» também foi atribuída ao deus Mitra, na Pérsia, por vezes associado a Mazda, da religião zoroastriana. Do mesmo modo, os mitos célticos e nórdicos apresentam divindades equestres como Lugus, Epona ou Sleipnir. Uma figura equina similar ao Pégaso também está presente no Islão e no Budismo: Alborak (al-burāq), um cavalo branco com cabeça de mulher e cauda de pavão, que transporta o profeta Mahomet até o céu; um cavalo branco, Kanthaka, também transporta Buddha.

Na origem do mito, figura o poder maior do cavalo, criador de movimento, e, portanto, de vida, mas, também, difícil de capturar e dominar. Este nasce duma realidade histórica: o cavalo foi um animal domesticado mais tardiamente (só por volta de 3500 a.C.,  enquanto que o cão fazia parte do quotidiano há mais de 30 000 anos, e a vaca – o auroch –há mais de 10 000 anos). Contudo, o cavalo é dos animais mais representados na arte parietal (um terço dos animais representados são cavalos). A potência oferecida pelo cavalo torna-o uma grande vantagem na conquista de território. Os cavalos do vale do Ferghana, na Ásia Menor, são supostamente tão excecionais que, por exemplo, foram a causa de várias guerras. Alexandre, o Grande, teria capturado 5 000 deles depois da conquista da Ásia. Estes cavalos eram, segundo a lenda, filhos de dragões e de unicórnios.

Um mito similar aparece, em Portugal, um pouco antes da conquista da Península Ibérica pelo Império Romano. Existiriam, em Portugal (Lusitânia, na altura), cavalos fruto da fecundação de éguas ibéricas pelo vento Zéfiro. Desde o 2º século a.C., encontra-se mencionado em Varro, Trogo Pompeei e Virgílio. Quaisquer que sejam as fontes, aparecem de forma repetida elementos similares: a fecundação aconteceria ou pela boca ou pelo nariz, e os cavalos, segundo alguns autores, morriam jovens (por volta dos três anos de idade). Também existem muitas teorias em relação ao lugar exato onde este fenómeno aconteceria; localizando-o perto de Lisboa e do rio Tejo ou perto de Sintra, de acordo com a denominação usada nos textos antigos. Lúcio André de Resende não se focou apenas nos documentos, chegando a investigar em pessoa, como escreveu em Liber Primus (século XVI)[4]:

Muito embora tenha afirmado que não discutiria a fecundação pelo vento, ainda assim contarei o que me disseram quando andei a investigar o assunto por amor à verdade. Deixei, faz agora sete anos, a casa de um lavrador da região de Benavente, junto ao Tejo, a quem perguntei o que ele próprio sabia e se se recordava ter ouvido contar a outros acerca deste modo de reprodução.  

Esta crença subsiste até ao século XVII, como o comprova um manuscrito encontrado na Biblioteca Pública de Évora, apresentado pelo autor como um «Discurso crítico em que se manifesta: Celebravan los antíguos a los Cavallos por hijos del viento para expressar su gran ligeireza»[5]. Este manuscrito também faz a ligação entre o mito grego e o mito português, com um Pégaso pintado à aguarela na primeira página.

Assim, do mito à realidade, há que ter em conta também o facto de o comércio de cavalos ser uma das maiores fontes de rendimentos da Lusitânia Antiga, constituindo, segundo Maria Teresa Caetano, um «fenómeno de colonização proto-histórica»[6] que terá tido origem, para além de inequívocos fatores geoestratégicos determinantes, na abundante produção de sal, na extração de minério, na pesca e na sequente transformação de peixe, bem como de todos os processos “industriais” inerentes à obtenção e ao transporte dos produtos resultantes, em que nos parece lícito contemplar, já então, a barganha de cavalos.

Outras explicações geográficas do fenómeno foram dadas pelos próprios narradores da lenda, como André de Resende, que aponta na região uma «grande quantidade de cavalos selvagens [os cavalos do Sorraia] que por ali vagueiam à vontade, sozinhos ou mesmo em manada»[7]. De facto, existem numerosos lugares chamados «vale de cavalos» que também poderão apoiar geograficamente esta crença, por exemplo, permanecem «no topo serrano sintrense, certos micro-hipotopónimos, o primeiro “Vale de Cavalos”, associado a águas com características propiciatórias»[8].

Ainda hoje, os cavalos lusitanos, especialmente os espécimes da Coudelaria de Alter, embora não sejam considerados velozes como o vento, têm reputação de serem muito difíceis – é um cavalo desta coudelaria que é representado na estátua do rei de Portugal, Dom José 1º, na praça do Comércio em Lisboa – sendo reservados, ainda hoje, a cavaleiros do mais alto nível.  

Portanto, quer na realidade quer na lenda, o cavalo tem um estatuto mítico que se reflete nas suas representações. Consequentemente, foi usado no passado – e ainda hoje – para afirmar um estatuto tanto moral como político.   

O cavalo, pedestal do herói … e do santo

Do mito para a história, o cavalo permite ao cavaleiro alcançar o estatuto de herói. Graças a ele, o homem consegue atingir a vitória e o poder. Só no Império Romano, as castas superiores eram duas: a ordem senatorial e a ordem equestre. Figuras históricas ficaram célebres por causa da excelência com qual dominaram os cavalos, como Alexandre, o Grande, ou Attila, o Huno. Assim, como o constata o historiador francês Daniel Roche: «o cavalo e a Arte Equestre servem a definir uma arte de governar»[9].

A figura do cavalo como pedestal do herói e representação política foi usada com abundância durante a Idade Média.

Em primeiro lugar, por causa dos eventos históricos próprios à criação de Portugal como país. A Reconquista Cristã, iniciada pelo rei D. Afonso Henriques, bem como as cruzadas, que precisavam de se basear numa narração inspiradora, promovendo as ações efetuadas e a figura do cavaleiro. Esta narração binária, representando o cavaleiro como um santo enviado diretamente por Deus, lutando contra um adversário demoníaco (os Mouros), encontrou a perfeita ilustração na figura de diferentes santos cavaleiros, como São Jorge,  São Tiago Mata-Mouros ou, ainda, São Martinho. O último fica honrado na Golegã, no Ribatejo, todos os anos, numa feira de duas semanas, agora internacionalmente reconhecida, e que tem muito mais a ver, afinal, com o cavalo lusitano do que com o santo ou as suas ações.

Portanto, não é raro assistir, a partir daquela altura, à multiplicação das representações destes santos, com grande foco, sempre, na figura do cavalo, como se a presença deste animal justificasse o estatuto de herói do cavaleiro. Assim, cavaleiros que não têm nenhuma das qualidades que possam ser esperadas dum santo ficam registados como heróis, como foi o caso do «muy nobre e sempre leal» Geraldo «Sem Pavor» que, ainda hoje, figura no brasão da cidade de Évora. Este mercenário libertou a cidade de Évora dos Mouros, em 1165, usando, segundo a lenda, um processo muito pouco nobre: decapitou o governador Mouro e a sua filha, que se tinha apaixonado pelo cavaleiro[10]. De facto, a esta atitude, muito pouco nobre, adiciona-se um carácter, na realidade, também muito pouco leal, visto que ficou conhecido o facto deste «mais tarde, em outro momento da sua vida, ter mudado de campo, e passado a lutar pelos muçulmanos contra os cristãos»[11].

Assim, a presença do cavalo possui não só o efeito de elevar o cavaleiro a um pedestal como, também, de levar ao esquecimento, na memória coletiva, os valores moralmente duvidosos do cavaleiro.

Outro fator que ajudou o cavalo a encarnar estes valores morais cristãos superiores foi a difusão, a partir do seculo XIII, na Península Ibérica, do que se chama «Matéria de Bretanha».

No final da Idade Média, existe uma popularização, em Portugal, das novelas de cavalaria como o ciclo arturiano francês da post-Vulgata: o Livro de José da Arimateia, a História de Merlim, ou A Demanda do Santo-Graal[12]. Estes textos foram tão bem acolhidos que deram lugar a adaptações portuguesas (As Novelas Portuguesas da Távola Redonda e do Santo Graal). Até o rei D. João I «deu todo o relevo à sua corte por exageração de fórmulas cavalheirescas»[13]. É que, com o uso do cavalo, espera-se também do cavaleiro uma forma de estar correspondente à nobreza do animal que domina. Porque o cavalo provoca a elevação física do cavaleiro – que ganha altura – também fica esperado do cavaleiro uma certa altura moral.

O cavalo tem, assim, dos mitos gregos até a Idade Média, um grande poder tanto sobre a elevação (física, moral e social) do cavaleiro como sobre a sua queda, o que explica o seu papel redentor em muitos mitos e lendas em que está presente.

De facto, desde o Pégaso que é considerado ímpio o ser humano querer ser elevado num cavalo e de se fundir com uma outra criatura de Deus. Não são os cavalos companheiros dos Deuses? Parece normal, portanto, que este excesso de hubris seja castigado pela morte. E qual melhor juiz do que o animal que tem o poder de fazer do homem um santo ou de levá-lo para o inferno?

O cavalo e a morte: isotopia da queda

O cavalo faz parte dos animais que são chamados de «psicopompos», porque facilitam a passagem entre a vida e a morte. Na mitologia Escandinávia, Helhest, um cavalo de três patas, é montado pela própria morte, e só ouvir o som dos passos dele pode levar à morte. No século VIII a.C., Achille sacrifica quatro cavalos, na Ilíada, para que eles guiassem o amigo Pátrocles até ao reino dos mortos. Até na Bíblia aparece a figura de quatro cavaleiros, no Apocalipse: o primeiro foi muitas vezes associado a Cristo ou a um elemento divino, montado num cavalo branco. O segundo, armado com uma espada, monta um cavalo vermelho como o sangue, lembrando o irmão gémeo do Pégaso, o Crisaor, personificação da violência e da guerra. O terceiro, em sela num cavalo preto, garante o equilíbrio do mundo, segurando uma balança numa das mãos. Por fim, o último cavalo, verde-claro ou cinzento, traz a morte, representada por um esqueleto.  As representações destes quatro cavaleiros variam e são o objeto de muitas leituras e interpretações diferentes na Arte[14]. Segundo Dürer[15], no final do século XV, estes são os quatro flagelos libertados para o mundo (a guerra, a peste, a fome e a morte). É interessante notar que o cavaleiro do cavalo branco se chama o Fiel e Verídico, o que realça o papel de redentor dado ao cavalo.

Esta função psicopompa do cavalo também aparece na epopeia quirguize de Er-Töshtük, transmitida desde o seculo IX e representando um protagonista guiado por um cavalo sobrenatural, Tchal-Kouirouk, que ouve e fala como um homem e pode passar dum mundo para o outro. Ainda hoje, na cultura altaica, a sela e o cavalo do defunto são depositados junto do defunto para que ele possa fazer a sua última viagem, como se o cavalo constituísse uma via de acesso ao outro mundo. «O sacrifício do cavalo ao cavaleiro morto é tão comum que foi considerado como um dos elementos constitutivos pelo qual são reconhecidas as civilizações primitivas da Ásia»[16].  A sua presença pode ser representada por tamborins com pele de cavalo ou bengalas chamadas «cavalinhas», cujos Xamãs da Ásia central e setentrional se servem para atingir o mundo dos espíritos[17]. A crença também existe nas tradições árabes, como também em inúmeras civilizações asiáticas ou indo-europeias primitivas, em que os funerais são precedidos dum sacrifício ritual[18].

Esta proximidade simbólica do cavalo e da morte encontra-se, também, semanticamente, na língua inglesa, na palavra “pesadelo” (nightmare, literalmente «égua da noite»)[19], que questiona a existência duma figura psicopompa feminina[20]. Quer esta figura  exista ou não, os cavalos infernais povoam o folclore céltico de Norte a Sul: os Kelpies, na Escócia (cavalos-demónios),  Schimmel Reiter, na Alemanha e na Inglaterra, o cavalo Bian, no Norte da França, o March-Malaen, na Bretanha[21]. Sejam eles pretos ou brancos e lúgubres, como os cavalos do Apocalipse, estes seriam uns vestígios duma «mitologia decomposta» pagã, segundo Georges Dumézil[22].

Em Portugal, existem, também, lendas equestres similares, especialmente nos territórios junto ao mar, lugar de desaparecimentos e perigos inexplicados. A figura do cavalo está muito ligada à morte dos marinheiros desde a época dos primeiros intercâmbios comerciais, e esta conexão foi reforçada pela presença moura no território, com a inserção de lendas equestres vindas do estrangeiro, como refere Maria Teresa Caetano:

Os fenícios usavam barcos que os gregos batizaram de hippoi, porquanto as proas eram ornamentadas com cabeças de cavalos, e Fernand Braudel (2001, p. 105), no âmbito da antropologia histórica, recordou que, ainda no século XX, os pescadores de Cádis tinham o hábito de esculpir cavalos nas proas dos seus barcos[23].

Mas enquanto o cavalo tem, nas lendas do norte da Europa, um papel fatal, o cavalo, nas lendas portuguesas, tem um papel mágico. A queda do cavalo ou do cavaleiro, ao invés de ter consequências mortais, é o evento pelo qual o milagre acontece: é o caso, por exemplo, da lenda mais conhecida, a de Fuas Roupinho, em Nazaré, onde a queda do cavalo salva o cavaleiro da morte e constitui, para ele, uma prova da existência de Deus. Encontram-se lendas similares no Cabo da Roca, em Sintra, ou no Cabo São Vicente, em Sagres, e até no interior do Alentejo, na aldeia de São Manços, por exemplo, em Évora. Existe, ainda, a lenda do homem-cavalo, que salva da morte quem o liberta do fadário que representa a sua metamorfose num cavalo[24].

Desde os primeiros mitos, e o nascimento do Pégaso, o cavalo é reconhecido como uma figura ambígua: uraniana e catoniana, de vida e de morte. De facto, o cavalo é tanto a origem da vida, pelos seus movimentos, a sua energia e a sua vitalidade, como da morte, nos casos de quedas ou de acidentes, por vezes mortais.

A isso adiciona-se, também, a sua verticalidade, permitindo a elevação ou a queda de quem o monta. Este movimento ascensional é tão físico como moral, político ou simbólico. Contudo, em Portugal, a figura do cavalo parece ser sempre valorizada pelo positivo, quer seja para salvar o ser humano ou para redimi-lo, ele salva-nos constantemente dos nossos defeitos (orgulho, paixão, sentimentos beligerantes), nos textos escritos, como nas lendas populares transmitidas oralmente.

A análise da figura do cavalo demostra como Portugal, mesmo usando um tecido de diferentes referências e origens, consegue criar uma matéria mítica própria ao seu território, reutilizando as narrações originais e adaptando-as ao seu povo e à sua cultura. Também se pode afirmar que a transmissão oral destas lendas foi o que permitiu a grande riqueza e variedade das narrações sobre o cavalo no território inteiro. É pena que um estudo mais aprofundado sobre esta temática ainda não tivesse sido feito até hoje.  


[1] Este é o assunto duma tese de doutoramento em curso pela autora intitulada Chevaux de papier: représentations de la figure équine dans le roman français contemporain (Universidade de Caen, França). Esta tese será apresentada em junho de 2022 em Caen. O relacionamento entre a figura mítica do cavalo e as representações em Portugal foi o objeto dum estágio de pesquisa da autora no CIDEHUS, na Universidade de Évora, sob a supervisão da professora A. Fialho Conde.

[2] Para aprofundar as relações entre cavalo e violência na tragédia greca, ver Gavois, A.,  «Cheval et violence dans la tragédie grecque», in C. Álvares, A. L. Curado, I. C. Mateus, S. Guimarães de Sousa, Figuras do Animal, Famalicão: Editions Humus, 2017, 358 p..

[3] O detalhe destas figuras míticas foi dado por G. Dumézil no capítulo 3, «Gandharva», in G. Dumézil, Le Problème des Centaures. Étude de mythologie comparée indo-européenne, Librairie orientaliste P. Geuthner (programme ReLIRE), Annales du Musée Guimet, 1929, 298 p.

[4] N. Papavero e M. E. Viaro, O “zebro”: considerações históricas, sua identificação e distribuição geográfica, origem da palavra “zebra” e considerações sobre etimologia, Arquivos do NEHiLP, nº6, FFLCH/USP São Paulo 2014, p. 23.

[5] Cod. 327, Manizola, B.P.E.

[6]  M. T. Caetano, «Cavalos do vento e ginetes do ocaso: do paradeisos à partenogénese do Monte da Lua», in Revista Portuguesa de Arqueologia, volume 19, 2016, p. 178.

[7] N. Papavero e M. E. Viaro, op. Cit., p. 26.

[8] M. T. Caetano, op. Cit..

[9] D. Roche, «La Culture équestre de l’Occident, XVIè-XIXè siècle», tome 1, le cheval moteur, Paris, Fayard, 2008, p. 16. Tradução da autora.

[10] Esta lenda foi encenada numa peça de teatro intitulada Geraldo e Samira - Uma Ópera Para Évora, de Amílcar Vasques-Dias (Musicamera), que foi apresentada nos dias 31 de agosto e 1 de setembro de 2019, em Évora, com o financiamento da Direção Geral das Artes/Câmara Municipal de Évora – Artes à Rua. Esta inscreveu-se no seguimento da candidatura da cidade de Évora a Capital Europeia da Cultura 2027. 

[11] A. Rei, «Geraldo Sem Pavor, a conquista de Évora e a origem da família Pestana», in Raízes & Memórias, nº 28 (2012), Associação Portuguesa de Genealogia, Lisboa, p. 121.

[12] A. M. Correia, «A Matéria de Bretanha em Portugal. O(s) texto(s) e a(s) leitura(s) da História Literária», in Limite, nº 7, 2013, p. 7.

[13] Ibid., p. 9.

[14] Ver L. Restrepo, «Douce compagnie», trad. F. Prébois, Rivages, 1998, in S. Nauleau, Une anthologie de la littérature équestre féminine, Monaco, Editions du Rocher, 2007.

[15]Apocalypse de Dürer foi primeiramente publicada como livro, em latim e em alemão, em 1498. In D. Lucaci, op.cit., p. 62.

[16] J. Chevalier e A. Gheerbrant, op.cit., p. 223-224.

[17] Ibid., p.224 ; A dupla função do cavalo como transporte tão motor como psíquico aparece também no Dictionnaire mythologique et historique du cheval, de M.-A. Wagner (Monaco: Éditions du Rocher, 2006).

[18] M.-A. Wagner, «Le cheval dans les croyances germaniques : paganisme, christianisme et traditions», vol. 73 : Nouvelle bibliothèque du moyen âge, Champion, 2005, 974 p.

[19] J. Chevalier et A. Gheerbrant, op. cit., p. 226.

[20] L. Kohanov, «Le Tao du cheval, Guérison et transformation d’une femme par la voie du cheval», Calahan Associates – Ronan Denniel éditeur, 2001, in S. Nauleau, op. cit., p. 115.

[21] J. Chevalier et A. Gheerbrant, op. cit., p. 226.

[22] G. Dumézil, op. cit., p. 42.

[23] M. T. Caetano, op. cit., p. 179.

[24] I. Pinho, Contos e Lendas da Serra Nostra S. Pedro do Sul, Câmara Municipal de S. Pedro do Sul, 1998, p. 15.