[Revisto por Márcia Marto]
A tua vox sangra versos
para que nela eu beba
o poema
e me vista de pássaros molhados de mar.
Existe nas águas
um barulho de céu se abrindo.
Existe na aurora
a separação do dia em miúdas estrelas cadentes,
porque à noite, habitualmente,
um clã de orações amputadas
colhe ninho na tua fala,
para que nela eu beba
o mortal, o senhor do segredo.