Sem Título
Mariana, dorme escorre nas pedras da calçada e espera pelo outro, pelos dois
Mariana, dai de comer aos bois
Mariana é o futuro a alvorada
(entre as pernas, escancarada)
vive dos momentos,
canforada, alcochoada
e deixada pra depois
Como os claustros passeia
pelos barcos, pela estrada
Chantilly e caminhada
grita pelo que já foi.
E é bela? Mariana além-mar não me lembro dela,
desce aos ares lá se perde e se retoma
corpo daquele que não tem forma –
Dona Brites acuda que ele me esquece
se de si dissera teria eu largado
Mariana viva pela metade
Conhece de sombra que se seguiu a tal começo
Fidelidade é pedir demasiado
Margem dos rios
A sua pele vasta nua inacabada
Gruta na terra, cria muda os amos seus
O convento é o chão imaginado
Mariana é nada
Ave Maria cheia de
água.