Texto de Joana Rebocho. Revisão de Lourenço Duarte. Imagem: Mulheres de Argel, Pablo Picasso.
Baralho sem cartas
No baralho que é
O Mundo
E que é
A Vida
Não admito reis,
Pois que a dama vale o mesmo que o valete
E no
Espelho
Onde a menina ata a gravata
Também o menino põe a bandolete.
Mulheres
Um berço branco
Rodeado
De saias e lenços
E calças e malas
E saltos e ténis.
Há choros, há risos, há apatias.
Há miúdas, há mães e “as que ficaram para tias”.
Eu conheço o colo.
Eu conheço a ternura.
Eu conheço o medo.
Eu conheço a coragem.
Eu conheço a dor.
Eu conheço a mágoa.
Eu conheço o sorriso.
Eu conheço a lágrima.
Eu conheço-as.