Texto de Tomás Vicente Ferreira. Revisão de João N. S. Almeida.
Menos de três meses passados, eis-nos aqui, de novo, com uma edição “nas mãos” para oferecermos aos nossos leitores! Depois de termos tido, na passada edição, uma presença forte da componente de ensaio — que queremos, aliás, sempre manter — resolvemos para esta edição salientar a produção em artes visuais tanto dos alunos da FLUL como da Universidade de Lisboa em geral. Recebemos excelentes submissões em vários tipos de formato, e estamos muito contentes por podermos apresentar todos esses trabalhos. Para grande surpresa nossa também, recebemos nesta edição uma extraordinária quantidade de ensaios, todos aliás de excelente qualidade, o que nos agrada muitíssimo. Reiteramos que tem sido nossa particular intenção no trabalho que desenvolvemos, desde há uns meses para cá, ajudar ao máximo os nossos colegas a desenvolverem os seus argumentos nesse formato em específico, sem que no entanto tenhamos a exigência de uma revista científica; somos, por assim dizer, uma plataforma intermédia, e todos podem contar com um processo de revisão e de correcção muito empenhado para que os vossos textos fiquem os melhores possíveis.
Ainda em relação ao conteúdo desta edição, devemos uma palavra de agradecimento ao Bernardo André, que desenhou a capa da mesma e contribuiu com um generoso portefólio de sua autoria. Agradecemos também especialmente ao nosso colega João N. S. Almeida, a cargo de quem ficou grande parte do trabalho de coordenação, revisão e montagem desta edição e que, estamos certos, receberá dos leitores a mesma aprovação que recebeu de nós durante o processo de preparação deste número 84.
Estes meses não têm sido parcos em eventos. Voltámos, em Portugal e noutros países, ao estado de emergência e à estratégia do confinamento, que não deixa ninguém impune e que nos esforçamos, com a equanimidade possível, por suportar. A esse respeito, quebrando um pouco com o costume que tem sido o nosso, publicámos, a 26 de Janeiro, o nosso “Dossier: Confinamento”, com textos sobre a experiência do modo de vida a que temos sido sujeitos, com curadoria de Joana Rebocho. Outros eventos há que nos tocam de perto, como os efeitos, que se têm vindo a fazer, da nova lei de segurança de Hong Kong, ao abrigo da qual foram detidos cerca de 50 políticos e activistas pró-democracia. Podíamos realçar ainda o anúncio da candidatura de António Guterres a um segundo mandato como secretário-geral da Organização das Nações Unidas, ou a vitória forte de Marcelo Rebelo de Sousa nas presidenciais em Portugal, bem como a tomada de posse atípica de Joe Biden como Presidente dos EUA. Todos esses assuntos, vários dos quais têm sido acompanhados por nós nas nossas partilhas nas redes sociais, ficam, em larga medida, de fora desta edição, quer seja por desígnio ou por acaso – há apenas um artigo (que já tínhamos prometido – cf. Editorial 83) que fala de Trump e das eleições na América.
Os últimos meses foram também a altura de arranque de uma iniciativa que tínhamos prometido (cf. Editorial 83): a realização de eventos online a que todos pudessem assistir a partir de casa durante estes meses de pandemia, confinamento e contenção. O primeiro desses eventos foi uma conversa, realizada a 21 de Dezembro de 2020, com o Prof. Doutor António M. Feijó, Pró-Reitor da Universidade de Lisboa e professor da FLUL, sobre O Cânone (2020), livro que organizou com os Professores Doutores Miguel Tamen, Director da FLUL, e João R. Figueiredo, Director do Programa em Teoria da Literatura da UL. O segundo evento decorreu a 15 de Janeiro último e foi uma conversa de homenagem ao trabalho de Christopher Tolkien (1924-2020), que contou com a participação da Prof.ª Doutora Angélica Varandas. Ambos os eventos foram muito interessantes e correram bastante bem, tendo reforçado em nós a determinação de continuar esta série. Aproveitamos, pois, para anunciar que os próximos eventos já estão a ser preparados e terão como tema, respectivamente, as obras dos escritores Vergílio Ferreira, António Lobo Antunes e Mécia & Jorge de Sena. A sua organização está principalmente a cargo da nossa colega Ana Sofia Souto (FCSH-UNL), pelo que asseguramos que está em boas mãos. Mais notícias sobre tudo isto em breve.
Por fim, em 2021 comemoram-se, como muitos de vós já saberão, os 200 anos do nascimento de Fiódor Dostoievski, um dos maiores escritores russos do século XIX e, sem dúvida, um dos gigantes literários de todos os tempos. Nesse sentido, e no seguimento da pequena homenagem a Tolstoi que levámos a cabo o ano passado com a nossa edição nº 83, iremos dedicar a Dostoievski vários eventos ao longo do ano, bem como espaço privilegiado na nossa edição de Novembro (Dostoievski nasceu a 11 de Novembro de 1821), para a qual convidamos todos os interessados a contribuir.
Com os melhores cumprimentos para todos,
Tomás Vicente Ferreira (Director),
Em nome da Equipa da Direcção d’ Os Fazedores de Letras