Texto da Equipa da Redacção d’ Os Fazedores de Letras.
Caros Leitores,
A Equipa d’Os Fazedores de Letras vem por este meio desejar-vos um FELIZ E SANTO NATAL e um BOM ANO NOVO de 2021! Sabemos todos à saciedade que este ano de 2020 foi muito difícil para todos – de facto, foi muito difícil para todos os povos e todos os países – e que exigiu de nós redobrada determinação para enfrentarmos as dificuldades. E, no entanto, um facto salta à vista: resistimos, continuamos todos os dias a resistir. Havemos de superar as adversidades que ora se nos colocam.
O Natal é um tempo de festa e exortamo-vos a festejar – especialmente neste ano de bastante negrume. O escritor e teólogo C. S. Lewis pôs na boca de um dos seus personagens o pensamento de que, quando os invernos são maus e há privações, o dever de um rei é usar roupa mais fina, comer menos e rir mais alto do que qualquer outra pessoa (cf. As Crónicas de Nárnia, vol. III, O Cavalo e o seu Rapaz). Podíamos dizer que, num ano como este, esse é um dever ascético e moral de qualquer pessoa. Estamos numa espécie de Inverno há quase um ano e este Natal é precisamente o momento adequado para comer pouco e rir alto. É preciso manter acesa a chama – da esperança, do amor, da caridade, da humanidade – e apreciar mais as coisas simples.
Para aqueles de nós que são cristãos, este é um dos dois eixos à volta dos quais gira o ano litúrgico e o momento em que se celebra a abertura, na História, da porta da Salvação: em que Deus veio ao mundo para se sacrificar pelo Homem e regenerar toda a Criação e desencadear o processo que termina com a recondução desta ao Seu seio. Não é uma história que devamos esquecer; é a verdadeira razão de ser desta festa que nos preparamos para celebrar e a fonte da “magia” que encontramos sob as mais diversas formas. Portanto, que, nesta época natalícia, possamos retemperar a nossa humanidade, cultivar o amor, a decência e a caridade e evitar o excesso e a blasfémia moral do consumismo, ao mesmo tempo que evitamos criar ou contribuir para situações de risco, para nós ou para os outros. Que isso não nos impeça de celebrar; que, no Inverno que temos conhecido, não deixemos de, comendo pouco, rir alto.