Sem título, Lourenço Duarte

No mundo vi, lá p’ra Oeste
Sinceras almas em devaneio
Corriam calmas, o vão celeste
Como crianças correm no recreio

Mais tarde vi – e isto é certo
Motivos outros de corrupção
Vi que por meio da fome ao objecto
O mundo espantava-se na minha mão

Disto o porquê, eu não compreendo
Meu amor único foi somente amar
Mas mesmo assim, a mim me tento

Se algum objecto poderia dar
A alegria da vil musa tangendo
De ser português, nascer no mar.