História de uma alma: À conversa com Pe. João Rego

Texto de Cecília Sobral

No passado dia de São Valentim, decorreu na sala 2.13 da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa uma pequena palestra acerca de um outro santo: Santa Teresinha, também conhecida por Santa Teresa do Menino Jesus, ou Teresa de Lisieux. Organizada pelo Núcleo de Estudantes Católicos da faculdade (responsáveis, no ano passado, pelo colóquio «A Universidade como deve ser», também reportado pelo nosso jornal), a palestra teve como convidado o Pe. João Rego, que centrou o seu discurso na obra História de uma Alma – uma compilação de três manuscritos auto-biográficos de Santa Teresinha.

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Santa Teresa do Menino Jesus, com 21 anos.

A palestra teve como fio condutor, por entre detalhes biográficos, a excepcionalidade de Santa Teresinha: tanto na História da Igreja, no geral, como no seu contexto histórico-social, em particular. Nascida em França, na segunda metade do século XIX, Santa Teresinha cresceu num ambiente polarizado, onde um sentimento anti-clerical forte era contra-balançado por um Jansenismo fervoroso por parte da Igreja, repleto de rigorismo penitencial e de temor a Deus e à condenação eterna. Ainda que tivesse entrado para a vida religiosa (no Carmelo de Lisieux, na Normandia), Santa Teresinha não se identificava com esta visão de Deus e da existência humana. Vendo-se como essencialmente pecadora, respondia à sua natureza falível não com penitências violentas, mas com uma incrível humildade – «fazia-se pequenina para que os braços de Jesus a pudessem levar, que nem “elevador”, para a santidade», cita Pe. Rego, de memória.

O pequeno conjunto dos manuscritos que nos deixou tornou-se, mais tarde, num best-seller mundial. Para Pe. Rego, este sucesso explica-se muito simplesmente: as memórias de Santa Teresinha são «Evangelho puro». A sua mensagem de misericórdia, pequenez, simplicidade e, em particular, confiança (à qual chama «abandono») foi nestes escritos tornada acessível a todos.

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Ilustração da canonização de Santa Teresa do Menino Jesus, na Basílica de São Pedro, em Roma, a 17 de Maio de 1925.

A palestra terminou com um pequeno momento musical, em que o Pe. Rego tocou algumas das músicas do seu álbum Viver de amor, cujas letras são inteiramente constituídas de excertos dos escritos de Santa Teresinha.

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