Tradução de Inês Araújo Cardoso.
Revisão de Claudia Fischer.
Este é o meu capacete,
este é o meu sobretudo,
aqui o meu conjunto de barbear
no saco de pano.
Lata de conservas:
O meu prato, o meu copo,
na folha de estanho
arranhei o nome.
Arranhado aqui com este
prego precioso,
que de olhos
cobiçosos protejo.
No saco de pão estão
um par de meias de lã
e algo mais, que
não revelo a ninguém,
então serve de almofada
para a minha cabeça à noite.
O cartão aqui está
entre mim e a terra.
A mina do lápis,
a qual mais amo:
de dia escreve-me versos,
que à noite criei.
Este é o meu caderno de notas,
esta a minha tenda militar,
esta é a minha toalha,
este é o meu atilho.
Poema em alemão retirado de: Klaus Wagenbach (org.), Lesebuch. Deutsche Literatur zwischen 1945 und 1959, Berlin, 1980, p. 10.