Texto de Miguel Andrade.
A Lista R venceu as eleições para os órgãos sociais da AEFLUL, com 402 votos (58%) para a Direcção, 404 para a Mesa da RGA e 396 para o Conselho Fiscal, em 698 votos totais em cada orgão.
Votaram um total de 698 estudantes, um número bastante aquém dos cerca de quatro mil estudantes da FLUL que podiam votar.
Direcção
Lista R – 402 (58%)
Lista U – 260 (37%)
Votos em branco – 28
Votos Nulos – 8
Mesa da RGA
Lista R – 404
Lista U – 269
Votos em branco – 20
Votos Nulos – 5
Conselho Fiscal
Lista R – 396
Lista U – 271
Votos em branco – 24
Votos Nulos – 7
Recorde aqui o que a lista R respondeu ao inquérito que lançámos durante a campanha eleitoral:
Quais serão as medidas prioritárias dos vossos primeiros 3 meses de mandato?
Primeiramente, os nossos departamentos da Cultura, Desporto, Apoio aos Núcleos e Recreativo irão reunir com todos os grupos formais e informais da nossa mui nobre instituição de forma a fazer um levantamento dos problemas que estes enfrentam e melhor poder ajudá-los logisticamente, oferecendo apoio material e humano e dando a máxima visibilidade às iniciativas que organizarem.
De seguida, de modo a tornar a AEFLUL um órgão de governo mais transparente, o Departamento de Comunicação, em articulação com a Mesa da Reunião Geral de Alunos (RGA), promoverá a participação democrática dos estudantes na gestão da AE, levando as questões mais importantes (como o são as que podem ter implicações no seu futuro e/ou definem a linha orientadora do trabalho da sua Direcção) às RGAs, de modo a que as decisões possam ser tomadas em conjunto com toda a comunidade estudantil.
Por fim, pretendemos organizar concentrações, recolhas activas de abaixo-assinados por melhores condições na FLUL e outras acções reivindicativas, em parceria com outras AEs, pela defesa dos direitos dos estudantes.
O Calendário Perpétuo tem sido muito discutido pela comunidade estudantil. Que posição têm quanto a ele e que passos pretendem tomar em relação ao mesmo?
Quanto ao Calendário Perpétuo, a Lista R considera que este vem tornar especialmente problemática a situação dos alunos que estão actualmente no estrangeiro, com o programa Erasmus, e a dos estudantes da Licenciatura de Estudos Gerais, já que a discrepância de semestres significa que poderão não conseguir terminar algumas das suas unidades curriculares. Igualmente problemática é a situação em que coloca os alunos bolseiros com alojamento, já que este alojamento só se encontra disponível até Junho.
Para além disto, o Calendário Perpétuo vem encurtar ainda mais os já curtos semestres pós-Bolonha, já que, suprimindo a fase de avaliação em Janeiro, todas as frequências e exames têm de ser realizados durante o tempo lectivo.
Infelizmente, esta questão é da competência única do Director, cabendo ao Conselho Pedagógico elaborar, no máximo, um parecer sobre a questão; no entanto, enquanto AE, é nossa obrigação tomar uma posição contra o Calendário Perpétuo, exercendo a máxima pressão para que este seja revisto ou revogado.
As indemnizações que devem ser pagas às funcionárias d’Os Letrinhas serão uma responsabilidade inevitável da Direcção que assumir funções na AEFLUL. Como pretendem pagá-las?
Nenhum estudante desta instituição sabe ao certo em que ponto se encontram as negociações entre a Direcção da AEFLUL e o Prof. Miguel Tamen, não sabendo também como se deu a perda do espaço onde anteriormente se encontrava a Livraria. Assim sendo, após a tomada de posse, iremos entrar em contacto imediato com o Director para esclarecer estas dúvidas que pairam sobre todos nós. De seguida, com o devido apoio profissional dos advogados e da contabilista da AEFLUL, iremos defender a sua autonomia financeira, consagrada na Lei, dando prioridade ao pagamento das indemnizações, sem ceder as concessões prioritárias (Letras-Bar, Papelaria e Reprografias) e sem esquecer o Bar Novo (BN) e o bar do Pavilhão Novo (PN).
Concluindo: as negociações passarão pelo empréstimo do montante necessário ao pagamento das indemnizações por parte da direcção da Faculdade, com a contrapartida da possível retirada de algumas concessões. A perda destas concessões significará, no entanto, um maior apoio financeiro por parte do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), mantendo-se a AEFLUL autónoma e em pleno funcionamento.
Quais consideram ser os problemas mais urgentes do Ensino Superior?
A Lista R considera que um dos problemas do Ensino Superior que mais urge resolver é a sua brutal taxa de abandono: quase um terço dos estudantes que se inscrevem no ES acaba por desistir, e a grande maioria deles fá-lo por razões económico-financeiras – segundo o relatório elaborado pela Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) e pelo Tribunal de Contas. A solução para este problema passa pelo combate às propinas, taxas, emolumentos e juros de demora, que só vieram criar mais uma barreira de acesso ao Ensino e à Educação, e aprofundar a desigualdade social.
No que diz respeito ao Processo de Bolonha e ao Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES), consideramos que estes vieram, respectivamente, encurtar as licenciaturas, condensando quatro a cinco anos de aulas nos três anos standard, e reduzir a representatividade dos estudantes nos órgãos de governo das Instituições de Ensino Superior. Julgamos imperiosa a sua revisão, actualização ou revogação, de forma a que os estudantes portugueses possam ter o Ensino Superior a que têm direito, e que lhes é consagrado na Constituição da República.
Indiquem três razões pelas quais os estudantes da FLUL devem votar na vossa lista.
A Lista R é constituída por um grupo de pessoas lúcidas e conscientes dos muitos problemas que afligem a nossa Faculdade e todo o Ensino Superior, e que crê que a superação destes passa pela união e luta dos estudantes. Sabemos que estas não são inconsequentes e que, mais tarde ou mais cedo, acabam por ser frutíferas. Provas disso são o congelamento do valor máximo da propina, a manutenção do valor das bolsas e, mais recentemente, a redução da própria propina.
Sumarizando todo o nosso programa, julgamos ser a melhor equipa a concorrer aos três órgãos que constituem a Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa pela nossa vontade de mudar o rumo das coisas, pela nossa vontade de fazer diferente e pela proximidade e transparência que temos para com a comunidade estudantil e que queremos trazer à AEFLUL.